"AJUDANDO OS PAIS A ENTENDEREM MELHOR SEUS FILHOS. PAIS INFORMADOS. FILHOS MAIS FELIZES."

domingo, 19 de setembro de 2010

Pais e adolescentes: o relacionamento vale a pena



Por Nancy Van Pelt

O Novo Dicionário Internacional de Webster define adolescência como “os anos que estão entre os 13 e os 19 da vida de uma pessoa”. Essa declaração não explica muito, não é mesmo? Em inglês, as pessoas dessa idade são conhecidas como teens. A palavra vem do antigo vocábulo teona, que significa ofensa, irritação, aflição. Sim, esses anos podem ser dolorosos tanto para os pais como para os adolescentes. Pais e adolescentes: o relacionamento vale a pena vassiliki koutsothanasi
O adolescente ainda não pode ter a liberdade de uma vida adulta, mas também já não tem os privilégios de ser criança. Pode-se dizer que, durante sete anos, ele está preso nas garras do tempo. Em geral, na idade de 15 anos, o jovem sente que tudo é proibido para ele. Não pode dirigir um carro, casar-se, pedir dinheiro emprestado, tomar suas próprias decisões, votar ou entrar para o exército. Mas deve ir à escola, quer queira, quer não. Todas essas negativas atrapalham o relacionamento entre adultos e adolescentes, e isso prevalece até que o adolescente consiga se emancipar financeiramente.
O rádio, a televisão e outros meios de comunicação apresentam várias estatísticas referentes à delinquência juvenil, ao crime, às adolescentes que ficam grávidas e às drogas. Os adolescentes do nosso tempo são piores do que fomos quando jovens? Talvez não sejam piores, mas pode-se dizer que são muito diferentes dos adolescentes de vinte ou trinta anos atrás. Ainda que façam quase as mesmas coisas que fazíamos no passado, estão agindo assim muito mais cedo. Os sociólogos confirmam que as crianças crescem mais rápido em nossos dias. Vão a encontros amorosos mais cedo e conhecem aspectos da vida adulta com uma antecedência imprópria. Têm mais dinheiro, mais meios de transporte, mais tempo livre e menos supervisão que antes. Amadurecem sexualmente três anos mais cedo que a geração anterior.
Os problemas do mundo adulto complicam mais a situação. O divórcio, a inflação, a crise de energia e a corrupção política que existem na atualidade não são quadros atraentes. Os adultos que não podem enfrentar suas próprias dificuldades não estão capacitados para enfrentar os problemas que surgem na vida do adolescente. Durante a difícil fase do crescimento, o adolescente precisa de pais que possam reconhecer que estão acontecendo nele certas mudanças que o transformarão num adulto; precisa de pais que o compreendam com paciência, e não que reajam contra seu comportamento.
No começo da adolescência, o filho geralmente aceita a autoridade dos pais, sem necessidade de muita persuasão. Quando um pouco mais velho, o adolescente quer verificar tudo o que você diz. A mesma criança que parecia estar contente sob seu cuidado começa a causar problemas, fica inquieta e se irrita com facilidade.
O método de disciplina que você usava anteriormente perdeu sua eficácia. A autoestima do adolescente começa a adquirir grande importância, a responsabilidade vira coisa do passado. O companheirismo e a amizade que você sonhava ter com seu filho parecem ter se transformado em fumaça. Os momentos de diálogo que você planejava não se tornaram a realidade esperada. O adolescente não quer ficar em casa com a família. Quando fica, sua mente divaga e não presta atenção. Age como se fosse feio ser visto na companhia de seus pais. Seus altos e baixos emocionais, seus ataques temperamentais e seus períodos de indolência começam a causar confusão.
E você se pergunta se talvez esteja perdendo sua competência como pai e o contato com seu filho. Sente-se confuso e decide buscar ajuda para entender melhor o que acontece com você mesmo e com seu filho. Procura se lembrar do que acontecia em sua juventude, mas os anos passados estão nebulosos em sua lembrança. Os lamentáveis fracassos de seus amigos com os filhos o confundem. Com novas forças, com a esperança de ter certo sucesso com seu adolescente, você enfrenta o problema e faz o melhor que pode, mas logo descobre que nuvens escuras anunciam outra tempestade.
Se essa situação descreve parcialmente sua relação com seus filhos, acalme-se, porque está dentro do que ocorre normalmente. Você não precisa sentir que fracassou como pai pelo fato de ter alguns problemas de comunicação com seu adolescente. Todos os filhos, de uma forma ou outra, expressam sua rebeldia contra os pais.

Fonte: PELT, Nancy Van. Como Formar Filhos Vencedores: Desenvolvendo o Caráter e a Personalidade. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2006.

Nenhum comentário:

Postar um comentário