"AJUDANDO OS PAIS A ENTENDEREM MELHOR SEUS FILHOS. PAIS INFORMADOS. FILHOS MAIS FELIZES."

domingo, 19 de setembro de 2010

Protegendo, dando sermão ou imunizando?


Por Nancy Van Pelt

Você não pode isolar completamente seu filho adolescente da influência da sociedade. Os mesmos problemas que existem em escolas públicas podem ser encontrados nas escolas particulares, em algum grau. Um dia, o adolescente terá que abandonar esse ambiente controlado e protegido do lar e não estará preparado para enfrentar a realidade da vida.
Outro erro comum ocorre quando os pais reagem exageradamente em relação às influências negativas. Eles pensam que, ao reagir com uma crítica dura e negativa contra as normas e atividades reprováveis, o adolescente as evitará no futuro. Por exemplo, num esforço de evitar que o filho ouça certo tipo de música, o pai começa a fazer comentários desfavoráveis sobre isso.
Em geral, esse método é contraproducente. Muitos adolescentes não se impressionam nem dão atenção à reação drástica. Talvez respeitem ou sejam indiferentes em casa, mas, fora, voltam-se contra o que seus pais disseram. Os filhos podem manter atividades clandestinas mesmo dentro de sua própria casa, enquanto aparentam um bom comportamento. Quando, finalmente, os pais descobrem a verdade, enchem-se de culpa e aflição. Perguntam-se: “Como é possível que meu filho siga os maus costumes dos outros se ensinamos exatamente o contrário?”.
O recurso mais efetivo para ensinar valores e normas ao adolescente é o “método da vacina”. Quando os pais dão a seus filhos a oportunidade de receber pequenas doses de agentes infectados para adquirir imunidade contra a doença, estão preparando-os eficazmente para resistir ao mal. Em vez de dar sermões sobre as influências negativas ou tentar isolar os filhos, ensine os valores através do exemplo e da discussão direta das situações a que estão expostos e que merecem censura. Quando surgir algum problema, analise junto com seu filho os pontos positivos e os negativos. O jovem é exposto a pontos de vista claros e lógicos, sendo orientado sutilmente.
Alguns pais, tão cedo quanto possível, permitem que o filho tome sua própria decisão, mesmo que esta não seja a melhor. É preferível que o jovem aprenda logo cedo a evitar as decisões inadequadas. Poucos pais conseguem tolerar essa atmosfera de franqueza, mas é a forma mais efetiva de enfrentar a situação. A maioria dos pais se sente obrigada a decidir por seus filhos adolescentes. No entanto, a capacidade de tomar decisões sábias é algo que pode ser aprendido. É como um músculo que se exercita repetidamente para que se desenvolva.
Os pais conscientes que querem complementar o “método da vacina” poderão ajudar o adolescente a elaborar as normas do lar relativas a certas atividades. Algumas atividades importantes, como dirigir o carro da família, sair com jovens do sexo oposto e o comportamento sexual, podem ser controladas com sucesso se forem mencionadas as precauções. Antes do período em que o adolescente tenha permissão para, por exemplo, namorar ou dirigir, deve ser encorajado a sugerir normas relativas a essa atividade. Os pais podem contribuir nessa elaboração, chegando, junto com seu filho, a um acordo, que pode ser registrado por escrito. Esse método é muito eficaz, porque, quando o jovem formula uma regra e decide respeitá-la, faz isso com mais fidelidade do que se fosse algo ditado apenas por seus pais. É importante que você receba toda a comunicação que puder da parte do adolescente e que ofereça o mínimo de orientação parental.
Tal enfoque requer tempo, esforço e paciência, mas proporciona grandes e ricos resultados. O adolescente que é encorajado a tomar suas próprias decisões tende a colaborar com os regulamentos da família, desenvolvendo uma independência saudável e um respeito próprio positivo — duas características indispensáveis nessa fase.

Fonte: PELT, Nancy Van. Como Formar Filhos Vencedores: Desenvolvendo o Caráter e a Personalidade. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2006.

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