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domingo, 19 de setembro de 2010

Ficar é diferente de namorar



Por Nancy Van Pelt

O “ficar” é um fenômeno que os jovens e os não tão jovens de hoje acreditam ter inventado, mas, na verdade, ele é muito antigo, tendo, através dos tempos, recebido outros nomes. O “ficar” é um encontro entre duas pessoas que sentem atração física uma pela outra e decidem ficar juntas por alguns minutos ou horas, durante uma festa, no shopping, na escola, no acampamento, na praia ou em qualquer outro local onde tenham se encontrado. É “olhou, gostou, ficou”. Não tem nada a ver com namoro, com amor e, muito menos, com compromisso. Depois de “ficar”, os dois podem até voltar a se encontrar e não acontecer mais nada ou podem querer se encontrar novamente, ficar de novo e até resolver namorar e desenvolver um relacionamento com compromisso.
“Ficar” pode significar apenas “selinhos” ou chegar a carícias mais avançadas. Tudo depende da ousadia do rapaz e do consentimento da moça ou vice-versa. O “ficar” é diferente do “transar”, que implica ter relações sexuais completas. Quando “ficam” várias vezes com a mesma pessoa, costumam dizer que “estão de rolo”, o que ainda não é namoro. O “ficar” pode ser uma forma de treinar e desenvolver segurança em relação ao sexo oposto. Não há cobranças, cada um faz o que quer, sem dar satisfação.
Uma grande preocupação em relação a esse fenômeno é que muitos jovens só “ficam”, nunca namoram. Com isso, não aprendem a desenvolver um relacionamento a dois, a ter conflitos e diferenças e a resolvê-Ios, o que pode atrapalhar muito quando resolverem escolher alguém para casar. O namoro é uma etapa fundamental no desenvolvimento do jovem, pois desenvolve a personalidade, ensina a conhecer o sexo oposto e a aprender a lidar com as diferenças. Preenche a necessidade que todos temos de ser amados, propicia atividades de divertimento e lazer e é o caminho para encontrar o futuro parceiro para o casamento.
Quem só “fica” pode estar fugindo do envolvimento e da intimidade; pode ficar superexigente na busca de alguém perfeito que, provavelmente, nunca vai encontrar; pode ter baixa autoestima; pode só gostar de desafios, precisando testar constantemente sua capacidade de atração; pode ter medo de se sentir sufocado em um relacionamento.
Assim, quem só conhece o “ficar” está muito mais propenso a viver relacionamentos descartáveis também no casamento, pois nunca passou pelo aprendizado de relação a dois que o namoro proporciona. Cabe aos pais levantar essa questão junto aos filhos e orientá-Ios sobre a importância do namoro e como conviver com o “ficar” sem os riscos de tornar fútil essa etapa tão importante na vida dos adolescentes e jovens adultos.

Fonte: PELT, Nancy Van. Como Formar Filhos Vencedores: Desenvolvendo o Caráter e a Personalidade. São Paulo: Casa Publicadora Brasileira, 2006.

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